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sexta-feira, 27 de abril de 2012

VEJA O QUE DIZ O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA SECCIONAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, ANTONIO PEDROSA, SOBRE O ASSASSINATO DE DÉCIO SÁ. Um assassinato contra a democracia Um crime é sempre uma afronta à democracia, porque violenta não apenas o Estado, mas também a comunidade dos cidadãos organizados na esfera pública. Não adianta agora, por outro lado - em nome da justiça que deve necessariamente ser feita - alçar o jornalista/vítima à condição de baluarte da democracia, o que nunca foi. O crime contra Décio Sá deve indignar,como deve indignar qualquer crime, sem fundamento em nenhum espírito de corpo, ou privilégio que esconda as mazelas do jornalismo marrom, Não derramei lágrimas de crocodilo no velório, no qual não aceitaria confortavelmente comparecer. Sempre discordei dessa linha de jornalismo, que, no Estado, é composta por um pequeno número de gorilas diplomados. Não me surpreenderia se ao cabo das investigações se descobrissem motivos bem menos nobres para o assassinato. Esperamos que não. Quero apenas repisar que o crime de encomenda no Maranhão é mais antigo do que a estruturação das modernas organizações criminosas. Aqui, ele mais se refere ao crime-padrão dos coronéis, que habitam os feudos profundos do Nordeste e do Norte. É modus operandi antigo e cruel. Organizações criminosas modernas não se importam de serem achincalhadas na mídia. São discretas e silenciosas. Preferem autoridades ou concorrentes que atravessam seus caminhos. O crime de que foi vítima Décio é colonial. Representa apenas vindita infame. Fúria de algum poderoso da elite ou de alguma corporação ressentida com algum enxovalho. Nenhum crime é perfeito, porque bandido geralmente é burro. Escolher a vida criminal já demonstra falta de intelecto. Nesse caso, também deixaram pistas. Mesmo contando com o extraordinário desaparelhamento do nosso sistema de segurança pública, temos esperança de ver preso o mandante desse crime. Se tivéssemos um sistema de segurança suficientemente organizado, dificilmente os criminosos escapariam daquele cenário geográfico. Poderiam já estar presos. Contamos sobretudo com a coragem de alguma testemunha e o material de um punhado de câmeras de segurança particulares. Além disso, com o entusiasmo de alguns policiais, envolvidos com a investigação, que muito difere de abordagens violentas e sem sentido, como costumamos tomar conhecimento. Agora é a hora de polícia - no seu termo mais exato. Fonte: http://blog-do-pedrosa.blogspot.com.br/

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